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Proteção e confidencialidade da sua holding patrimonial
A gestão patrimonial é notoriamente desafiadora e, no processo de organização do patrimônio, patriarcas e matriarcas naturalmente buscam alternativas para auxiliar na segurança do patrimônio familiar
A gestão patrimonial é notoriamente desafiadora e, no processo de organização do patrimônio, patriarcas e matriarcas naturalmente buscam alternativas para auxiliar na segurança do patrimônio familiar. Uma ferramenta comumente utilizada para essa proteção é a chamada Holding Patrimonial, também conhecida como Holding Familiar.
De forma sintética, este processo consiste em reunir o patrimônio em uma sociedade, com objetivo de facilitar o gerenciamento do patrimônio familiar, possibilitando, também, estabelecer regras de gestão e sucessão. Justamente por isso, antes de constituir uma holding, há vários aspectos que devem ser considerados, não apenas visando o presente, mas também o planejamento futuro.
As holdings familiares exigem um conjunto de atitudes cautelosas, tanto no campo societário e tributário, quanto no campo contábil, sendo de extrema importância escolher bons profissionais para cuidar do que é valioso para as partes envolvidas, o seu patrimônio.
Quando pensamos na escolha de um bom profissional, devemos entender que separar os interesses empresariais e familiares é a melhor opção ao considerar a confidencialidade e a proteção do patrimônio. Por mais importante que seja, não é incomum que o trabalho envolvendo holdings familiares esteja concentrado na mesma equipe responsável pelos negócios da empresa. Como exemplo, muitas vezes a contabilidade da holding é feita pelo mesmo contador do grupo empresarial. Mas, afinal, é esta uma boa escolha?
Depende. Antes de mais nada, é preciso entender qual é o objetivo do empresário, se a escolha é economia e centralizar as obrigações, não há maiores problemas. Agora, o interesse pela preservação do patrimônio a manutenção do seu sigilo pode indicar que esta não é a melhor alternativa, sendo recomendável uma distinção de profissionais contábeis.
Mesmo que os profissionais da área estejam acostumados a lidar com dados e sua segurança, as vulnerabilidades se aprofundam quando falamos do bem familiar. Imagine que, ao atribuir sua contabilidade para sua equipe empresarial, o proprietário da empresa terá todas as informações patrimoniais e financeiras compartilhadas entre os executores.
Consequentemente, não se deve pensar em patrimônio apenas o bem material, já que toda informação também é considerada um patrimônio. Sendo de extrema importância entender os conflitos de interesses que podem surgir durante a execução do projeto.
Em contrapartida, além de garantir que as informações permaneçam em família, ao optar por uma contabilidade feita por um profissional que não esteja relacionado a outras atividades operacionais do grupo empresarial, a holding pode alcançar níveis mais altos em termos de proteção e confidencialidade.
Claro que a decisão de separação de profissionais para condução patrimonial vai muito além da perspectiva de confidencialidade. Ainda que o caminho mais seguro seja a distinção gerencial, todo o histórico, confiança e relacionamento entre o grupo familiar e esses profissionais devem ser considerados na determinação do responsável pela gestão do patrimônio familiar.
Assim, para que uma holding patrimonial seja segura e confidencial, é sempre bom escolher criteriosamente os profissionais responsáveis pela sua escrituração.
(*) Amanda Batista – Contadora com experiência em holdings e administradoras de bens.
(*) Henrique Netska – Contador com experiência na área de contabilidade internacional.