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Empresas elevam grau de inadimplência do país

Menor oferta de crédito no mercado internacional gera alta

Ayr Aliski

O Brasil tem atualmente a maior taxa de inadimplência dos últimos oito anos. Conforme dados do Banco Central, o total de empréstimos com atrasos superiores a 90 dias atingiu 5,2% de toda a carteira de crédito referencial dos bancos que atuam no mercado interno. É o índice mais alto desde outubro de 2000, quando a inadimplência chegou a 5,3%. Os números de abril foram divulgados ontem pelo chefe do Departamento Econômico do Banco Central (BC), Altamir Lopes. Em março, a inadimplência total contaminava 5% da carteira de crédito dos bancos.

Os dados foram causados pelo aumento da inadimplência em empresas. No segmento de Pessoas Físicas (PF), o índice fechou abril em 8,2%, ou seja, um leve recuo frente ao pico de 8,4% de março. A situação ficou pior, entretanto, entre as empresas, onde atingiu 2,9% da carteira de Pessoas Jurídicas, frente os 2,6% registrados em março, voltando a patamares de maio e junho de 2002. No entanto, o cenário já foi bem pior. Em janeiro de 2000, a inadimplência na carteira de crédito das empresas chegou a 5,6%. O BC prefere adotar um tom otimista em relação às perspectivas futuras.

– Com a volta das linhas de crédito, a inadimplência tende a cair, pela possibilidade de rolagem – disse Lopes, em referência aos novos mecanismos dos Fundo Garantidor de Crédito (FGC) que devem dar mais liquidez ao mercado.

Segundo o executivo, com o enxugamento da oferta de crédito no mercado internacional, grandes empresas passaram a procurar empréstimos no cenário doméstico. Como consequência, a oferta de dinheiro para pequenas e médias empresas minguou, o que explica pelo menos parte das razões que levaram à alta da inadimplência. Quanto ao spread, em abril, a média foi de 28,2 pontos percentuais, o mais baixo deste ano, mas ainda distante do que em abril do ano passado, por exemplo, quando a taxa era de 25 pontos percentuais.

A boa notícia é que os juros estão mantendo trajetória de queda iniciada no começo do ano. A média de juros do crédito referencial em abril foi de 38,6% ao ano, frente os 39,2% ao ano que vigoraram em março. No segmento de pessoas físicas, a taxa média no mês passado foi de 48,8% ao ano, frente 50,1%, em março. No crédito às empresas, os juros no mês passado foram de 28,8% ao ano, frente 28,9%, no mês anterior. É uma queda tímida, mas representa uma taxa bem distante do pico de 31,4% anual de novembro de 2008.

O estoque total de crédito atingiu a marca de R$ 1,248 trilhão no final de abril, elevação de apenas 0,4% na comparação com a posição do final de março. Segundo Lopes, o estoque de crédito cresceu pouco devido à valorização cambial de 5,9% no mês. Como as empresas tomaram grandes quantidades de crédito em moeda estrangeira, quando os valores foram convertidos para moeda nacional, resultou em valores menores em reais. Ainda assim, o BC mantém a projeção de expansão do estoque de crédito durante o ano, apontando que o saldo total representará 44% do PIB no final de 2009. No fim de abril, o estoque de crédito já representava 42,6% do PIB. O ritmo de concessões, entretanto, não foi dos melhores em abril, atingindo volume total de R$ 143,3 bilhões.