AGS Geral
AGS WhatsApp
- (41) 98742-2228 - AGS Documentos & Guias
- (41) 99934-5200 - Recepção & Societário
- (41) 98450-5200 - Dep. Pessoal
- (41) 98525-5200 - Dep. Contábil & Fiscal
Pessoa física já responde por 30% da Bolsa
O avanço dos investidores individuais começa a mudar o mercado de capitais brasileiro.
Marianna Aragão
O avanço dos investidores individuais começa a mudar o mercado de capitais brasileiro. Esse movimento foi iniciado em 2007 e ganhou novo fôlego com a queda de juros no País. A participação dos pequenos investidores na Bolsa cresce mês a mês. Em outubro, eles somaram 555 mil contas na Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBovespa), o maior número da história.
Com isso, eles já respondem por 30% do volume negociado na Bolsa. "As pessoas físicas são hoje a menina dos olhos para empresas, corretoras e outros agentes do mercado", diz o diretor-presidente da BM&FBovespa, Edemir Pinto. Por trás do interesse, está a ambiciosa meta da Bolsa de chegar a 5 milhões de investidores individuais dentro de cinco anos.
Esse público ganhou novo status, principalmente após a crise. Quando os mercados entraram em queda livre e os estrangeiros bateram em retirada do País, os investidores individuais não abandonaram a Bolsa.
De outubro a dezembro de 2008, o número de pessoas físicas oscilou entre 536 mil e 548 mil - nível próximo do atual, com o Ibovespa, principal índice da Bovespa, próximo dos 67 mil pontos.
A "fidelidade" do segmento ajudou a segurar o preço das ações de companhias com base acionária diversificada e a fazer da Bolsa brasileira uma das menos afetadas pela turbulência global.
"A visão de longo prazo desses investidores segurou o valor do papel. Eles trazem segurança para a empresa", afirma o gerente de relações com investidores da Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL), Gustavo Estrella. Cerca de 15% da base de acionistas da companhia é formada por pessoas físicas. A importância e o crescimento dessa participação têm feito a CPFL, a exemplo de outras grandes companhias, como Petrobrás e Bradesco, se dedicar cada vez mais a esse público. Muitas investem na criação de áreas específicas para atender melhor os pequenos aplicadores. Na CPFL, ela existe desde 2007.
A Petrobrás foi pioneira na iniciativa, em 2002. Segundo Paulo Maurício de Campos, gerente da área de relações com investidores individuais, a segmentação foi feita para atender e prospectar novos acionistas. Atualmente, a Petrobrás tem 90% dos papéis e 10% do capital nas mãos de pessoas físicas. Eles têm à disposição número de telefone, área no site de RI e até uma sala para atendimento pessoal. A relevância dos pequenos investidores foi atestada na crise, diz o executivo. "Eles dão estabilidade quando o mercado precisa."
Rodolfo Zabisky, presidente da MZ Consult, que presta consultoria de relações com investidores a 185 companhias abertas no Brasil, conta que as empresas têm buscado aperfeiçoar a comunicação com esses investidores. "Sentimos um aumento da demanda por serviços voltados a esse público", afirma. Nos últimos anos, a MZ criou novos produtos para atender a essa demanda, como sites e chats específicos e até uma ferramenta para realização de assembleias de acionistas online.